segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Cineminha

Engana-se quem pensa que, no meio do filme, deve-se fingir aquela espreguiçada, passar o braço em volta da "pequena" ao lado e tascar aquele beijo, fazendo barulho e atrapalhando as pessoas.
Segundo as dicas de uma colega de trabalho, existem passos a se seguir, afim de criar a oportunidade certa para o tão desejado, e por que não dizer, clichê, beijo no escurinho do cinema. Aqui tratado com um dos primeiros de um jovem casal em campanha.
Este, beijo do qual tratamos, só não é o primeiro porque pela regra — confere Arnaldo? — cinema é coisa de segundo encontro. Fato esse sabido desde os primórdios da humanidade, quando Adão chamou Eva para assistir as quedas d'água recém formadas pelo Criador. Deve até estar na Bíblia.
Para os desatualizados de plantão, reza a lenda que um primeiro encontro deve ser marcado em um barzinho, pub ou coisa que o valha. Um ambiente bonitinho, que tenha ao menos uma mesa, de preferência não muito grande, duas cadeiras e, fundamentalmente, bebidas alcoólicas. Calma! Não estamos falando de embriagar a moça, nem nada do gênero. Mas sim, algo para quebrar o clima desconfortável de um primeiro contato. Depois disso, é só não cagar tudo falando da "Ex" ou de "como nunca conseguiu viver com uma mulher só", que tudo vai dar certo. Talvez.
Mas, voltemos ao cinema.
De praxe, escolhe-se um filme do qual você não precise ver todo. Nada de mega lançamentos da Marvel ou filmes muito românticos. Nesse último, há boatos de que até a hombridade do sujeito é posta em dúvida. Por isso, 9 entre 10 especialista recomendam que se chegue ao cinema com o filme já escolhido.
É importante ter ciência de que, nesta hora, qualquer demonstração pública de afeto pode significar quase um pedido de namoro e revelar, de cara, a afobação da criatura. Portanto, nada de beijinho na escada rolante ou na fila do refrigerante. Segundo o manual — sim, há um — o casal, na categoria de base dos relacionamentos, entra no cinema ainda sem dar as mão.
Contudo, é esse, o da entrada na sala de cinema, talvez um dos momentos mais importantes da noite. É de suma importância — SUMA im-por-tân-cia — que, ao indicar o local onde o casal sentará, ele coloque a mão, levemente, sobre a cintura dela, quase como um meio-abraço. Fato que, segundo pesquisadores da Universidade do Interior do Alegrete, contribui de forma substancial para criar o clima perfeito para o beijo que deve acontecer um pouco antes do filme começar. Quando os dois, sem ter o que fazer, se olham ainda meio sem jeito.
Acredite, se passou por esse momento e não tascou-lhe um beijo na moça, dormiu no ponto. Aliás, não dormir é uma ótima dica do que fazer quando ir ao cinema.
Na saída, agora sim de mãos dadas, pode parecer cedo, mas é hora de decidir o futuro da relação. Se, agora, aos 45 do segundo tempo, percebeu que entrou em uma furada e não vê a hora de se livrar da dita cuja ao seu lado. Elegantemente (tudo é classe), dirige-te à praça de alimentação do shopping e para na fila do primeiro fast food que encontrar, enquanto olha, com um ar preocupado, para o relógio. Fim de jogo.
Por outro lado, se tudo deu certo e você já começa a considerar a hipótese de largar a vida de solteiro, corre para o Japonês. Testes em cobaias revelaram que o tal do restaurante japonês é o Pelé dos "Segundos Encontros". É batata. Tiro e queda. É levar a prenda lá e correr para o abraço.
Segundo minha colega, estas são dicas "quentíssimas". Praticamente infalíveis, com uma margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Não as coloquei em prática ainda por detalhes técnicos, mas tenho a absoluta certeza de que darão certo. Ou não.

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